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14/09/2019

Do Amor e Outros Demônios, Gabriel García Márquez

Olá pessoal!

Hoje trago meus comentários sobre uma leitura em conjunta feita lá no projeto Clube do Livro Online, no Facebook. Já participo há alguns anos e sempre que posso venho comentar eles com vocês tanto aqui no blog quanto nas redes sociais.

O "desafio" do mês de Agosto (o mês desta leitura) foi ler um autor que havia ganhado o prêmio Nobel com gênero de romance geral (escola literária). Após votações decidimos ler Do Amor e Outros Demônios do aclamado Gabriel García Márquez, minha primeira leitura do autor.

“Nenhum louco é louco para quem aceita as razões dele.”

Em 1949, o então jovem repórter Gabriel García Márquez acompanha a remoção das criptas do convento histórico de Santa Clara, e o túmulo de uma menina o faz lembrar as lendas contadas por sua avó. Segundo ela, no Caribe, havia uma marquesinha que tinha uma cabeleira que se arrastava como a cauda de um vestido de noiva. Venerada por seus milagres, ela foi mordida por um cachorro e morreu de raiva. Seria ela ali enterrada? García Márquez conta a história da filha única de um marquês, criada no convívio de escravos e orixás, e um padre incumbido de exorcizar os demônios que se acredita terem possuído a pequena, cujos cabelos só seriam cortados em seu casamento.

Minhas expectativas estavam super altas visto que Gabo é um dos autores mais aclamados e considerado de leitura obrigatória - e eu aqui "bobiando" pois nunca tive o interesse de ler - por ter muita gente que me identifico falando bem, no mínimo este livro tinha que ser ótimo. Felizmente ele ultrapassou e alcançou o posto de sensacional.

De forma geral eu gostei da linguagem usada, gostei da forma com que os personagens são construídos (e evoluídos), gostei do espaço temporal (da descrição, da ambientação). Eu achava que apesar de ser um livro curto, seria um tanto "enrolado" mas não! Logo no começo a história engata um rumo que é difícil parar de ler.

Eu não quero falar muito da estória pois a sinopse é bem descritiva, o livro conta a história de Sierva María, a marquesinha de cabeleira ruiva que vive com os escravos e os acontecimentos que se sucedem após a mordida pelo cão (supostamente raivoso - o que é super bacana pois na época realmente houve um surto de raiva na localidade) e a providências que seu "pai" o Marques toma visando a cura para os demônios da filha.

"Passei a vida curando doenças causadas por outros médicos com os remédios que dão"

É maluco pensar que na época uma doença era interpretada como caso de possessão demoníaca e que a única cura seria o convento e as sessões de exorcismo do bispo/padre. E foi exatamente por isso que Sierva María passou as longas semanas "presa" no convento conhecido popularmente como lar das Enterradas Vivas.

Preciso salientar a presença de um personagem importantíssimo no enredo e que foi o real motivo de eu ter gostado tanto da leitura. A forma com que Gabo desconstrói o personagem (se vocês lerem, irão entender o motivo deste termo) é sensacional e maluco para a época.

"Mas para ele tanto fazia. Só tinha coração para Sierva Maria, e ainda assim não lhe bastava. Estava convencido de que não haveria oceanos, nem leis da terra ou do céu nem poderes do inferno que pudessem separá-los."

Saindo um pouco da estória em si e entrando no gênero literário do século XX que este livro pertence, o realismo mágico, vale lembrar que Gabo é um dos principais nomes encabeçadores ao lado de Jorge Luis Borges, Julio Cortázar e Murilo Rubião. 

"O realismo mágico se desenvolveu fortemente nas décadas de 1960 e 1970, como produto de duas visões que conviviam na América hispânica e também no Brasil: a cultura da tecnologia e a cultura da superstição. Surgiu também como forma de reação, através da palavra, contra os regimes ditatoriais deste período."






       Autor: Gabriel García Márquez
       Editora: Record
       Páginas: 224
       Avaliação: 5/5
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